sábado, 31 de maio de 2014

Conversa LIVRE dia 29 de Maio de 2014 - Uma conversa sem espiga

Foi com alguma alegria que constatei que não tive oportunidade de intervir na reunião informal do passado dia 29, na sede de campanha do LIVRE. Isto por duas ordens de razão. Primeiro porque a sala estava composta e muita gente quis usar da palavra (o que é sempre bom). Segundo pela minha conhecida capacidade de fazer amigos (sempre que falo algumas pessoas ficam melindradas). De resto, o que teria para dizer não seria um grande acrescento ao que foi adiantado naquele final de tarde de espiga. De qualquer forma, deixo aqui um esboço das ideias que pretendia explanar.

1. O resultado eleitoral - É uma derrota não termos conseguido eleger. Pessoalmente reconheço a minha quota-parte nesse fracasso e já fiz o meu exercício de auto-crítica. Deveria ter me envolvido mais na campanha e ter tentado passar mais a palavra, naquilo que gosto de chamar "pedagogia política de proximidade". Coisas a corrigir no futuro. A não eleição de um ou mais eurodeputados deixou cair por terra o esforço e sacrifício de todos os candidatos e de quem se envolveu na campanha. Só posso apresentar as minhas desculpas, sem no entanto deixar de frisar que quem mais perde é Portugal e o próprio Parlamento Europeu.
Outra questão é o número total de votos que tivemos e a sua realidade em alguns territórios. Nesse campo considero que os mais de 70.000 votos, para um partido com tão pouco tempo de existência e ausência quase total de estrutura, é um início auspicioso.

2.  Adjectivação / Caracterização do LIVRE - Fazedores de opinião das mais variadas origens tentam passar a ideia de que o LIVRE é um partido de elitistas e intelectuais; um partido fechado; um partido unipessoal. Só nenhum se lembram de identificar o LIVRE como um partido de Esquerda, Progressista e defensor de um Memorando de Desenvolvimento para o país, sempre baseado na sustentabilidade. O LIVRE faz também parte da tal Esquerda caviar. A mim irrita-me solenemente esta classificação, até porque nem tenho posses para adquirir tal produto... 
É essencial dar a conhecer o Partido - explicar que o LIVRE é um partido diferentes. Eu costumo dizer que somos um partido de cidadãos e para os cidadãos. Um partido que aposta tudo na democracia, primeiro internamente com a democracia deliberativa e participativa, e depois pela abertura à sociedade, as reuniões são por princípio públicas e os candidatos escolhidos por todos em primárias abertas.
Tudo isto tem de ser escalpelizado, processado e divulgado.

3. Internamente tenho ouvido criticar o partido pela falta de mobilização na campanha e que precisaria de incentivar a criação de núcleos territoriais. Mas o que me chateia é a falta de iniciativa por parte de muitas das pessoas que lançam esta crítica. Somos nós, membros e apoiantes, que temos de criar esta dinâmica e contribuir para o crescimento do LIVRE. Ando já à algum tempo à procura de simpatizantes do LIVRE no Montijo para a formação de um Núcleo Territorial, o que se tem revelado uma tarefa hercúlea. Mas não estou pronto a desistir ou baixar os braços. Continuarei a tentar. E é mesmo isso, continuar sempre a tentar, o que deve ser pedido a cada um de nós. Quem diria à 6 meses atrás que neste momento estaríamos a discutir o resultado que registámos nas Europeias e o que temos de fazer para as Legislativas.

4. Num futuro muito próximo os núcleos territoriais serão muito importantes num cenário legislativo. A nossa bandeira - as primárias abertas - terão de ser descentralizadas até por força do tipo de eleição que enfrentamos, por círculos e que terá de ter várias listas distritais. Os núcleos territoriais serão essenciais no suporte e realização destas primárias.

5. Para que o partido possa crescer de forma sustentada são precisos fundos. Chegou a altura de pensar seriamente na criação de uma quota mensal para os membros do LIVRE. Não poderá ser certamente de valor elevado, até porque ao contrário do que se apregoa, o LIVRE constituído por uma elite abastada, e não pode ser uma razão para afastar os actuais membros ou inibir a inscrição de futuros. Farei chegar uma proposta ao Grupo de Contacto para estudo.

É tempo de unir forças e meter as mãos na massa. Eu não diria que será altura de arregaçar as mangas, pois neste partido nunca fizemos as coisas doutra maneira. LIVRE um partido de mangas arregaçadas! 

sábado, 24 de maio de 2014

O Cepticismo Dominante - Manual de Instruções Para Convencer Um Céptico Militante

Amiúde é assim... Em conversa com as pessoas, o assunto vai invariavelmente dar ao estado a que o país chegou, logo ao fenómeno político. Um amigo em particular é insistente em inquirir sobre a acção do LIVRE - o porquê e o para quê do partido. É um interesse genuíno. Este indivíduo em concreto, quer saber mais do LIVRE, o que o diferencia, quais os seus intentos. Invariavelmente, sinto que fico aquém das expectativas. Como passar a mensagem?
Apresento os quatro pilares de sustentação do projecto político: Liberdade, Esquerda, Europa, Ecologia - demasiado vago. Aceno com o programa político às eleições europeias, constituído pelas suas 67 medidas para mudar mesmo a sério a Europa - demasiado específico.
É essencial descobrir um meio termo que, de forma cabal e inolvidável, esclareça a essência do LIVRE e porque vale a pena (voltar a) votar no próximo dia 25 de Maio. 
O porquê e para quê do LIVRE, já foi mais que esmiuçado nas diversas intervenções de Rui Tavares e restantes candidatos, sendo inútil e contraproducente vir explicar de novo essa matéria, até porque nunca me aproximaria à excelência do discurso neste humilde texto. Portanto, interessa aqui compilar de uma forma simples e objectiva um manual de instruções que possa convencer um céptico militante. 
Passo de seguida a enumerar 10 razões para apostar no LIVRE já no próximo acto eleitoral:

  1. O LIVRE é um partido novo, não só pelo tempo de existência, mas acima de tudo pela nova forma de fazer política;
  2. No LIVRE não existe um dirigente único, a direcção do partido é composta por 15 pessoas, designada de Grupo de Contacto, com um porta-voz rotativo;
  3. Todos os documentos basilares do LIVRE, desde os seus estatutos ao programa político para as Eleições Europeias foram escritos a várias mãos e são sujeitos a um período de emendas e votação. A democracia começa dentro do partido num esforço deliberativo que enriquece sobremaneira os conteúdos;
  4. No LIVRE não há lugares cativos nem se pratica a política por convite. Qualquer cidadão pode concorrer a primárias abertas e dessa forma ser escolhido como um dos personagens políticos para a eleição em causa. Um processo de abertura que dá voz ao cidadão anónimo, que não raras vezes tem ideias válidas e que só espera uma oportunidade;
  5. No LIVRE a defesa e cumprimento da Constituição da República Portuguesa é ponto fulcral, pelo que não há, nem nunca poderia haver, disciplina de voto. Um cidadão eleito pelas listas do LIVRE tomará sempre a decisão que a sua consciência ditar, não defraudando assim os eleitores que lhe confiaram o voto;
  6. O LIVRE acredita que só através de políticas de índole progressista poderemos arrancar o país do marasmo em que se encontra, começando já por tentar aplicá-las no parlamento europeu, de onde emanam actualmente a maioria das nossas leis;
  7. No LIVRE não acreditamos no crescimento a qualquer custo. Este deve ser sustentado, respeitando o ambiente e a gestão dos recursos naturais;
  8. No LIVRE defendemos políticas activas de combate às alterações climáticas, sempre na persecução de deixar um Mundo um pouco melhor do que aquele que recebemos;
  9. O LIVRE propõe um programa eleitoral ambicioso, extenso, mas que pode ser exequível. Um eurodeputado do LIVRE é um garante que tudo fará para que esse trabalho se realize.
  10. O LIVRE acredita numa Europa mais justa, mais democrática, mais solidária. Um voto no LIVRE é uma garantia de luta sem tréguas na mudança de rumo e na construção de um projecto europeu inclusivo, no qual não haja parentes ricos e parentes pobres. A periferia deve deixar de ser subjugada aos ditames do norte da Europa, numa espécie de tirania financeira, que a médio/longo prazo será prejudicial para todos.
Resumo desta forma a importância de no próximo domingo votar LIVRE. O futuro europeu está nas nossas mãos e nós sonhamos ser donos do nosso futuro. Para arrepiar caminho é necessário primeiro escolher a direcção certa. O LIVRE avança com os primeiros 67 passos, a partir daí o caminho faz-se andando...