“São todos iguais!”
Esse é hoje em dia o mote para uma análise “séria” do panorama
politico-partidário nacional. A descrença e a dúvida nos
políticos, sentimento da generalidade da população, afasta o
eleitorado do processo democrático e enclausura-o numa liberdade que
já não espelha os princípios de Abril.
É certo que Portugal progrediu nos 41 anos de
democracia, mas a potencialidade que o país encerra é sem dúvida
superior ao patamar que alcançou. E nos últimos tempos assistimos a
um fenómeno regressivo; uma marcha atrás civilizacional.
O afastamento entre o povo e os órgãos e
instituições do Estado é cada vez mais notório. Tal sucede porque
as pessoas já não se revêem no sistema. A democracia
representativa deixou de representar a maioria, que simplesmente se
abstém de participar nos sufrágios, abrindo mão de um direito tão
arduamente conquistado. A cidadania activa é hoje residual.
É urgente reverter este processo, que abre portas
a outras formas de regime já conhecidos do passado e que deixaram
vincadas nas páginas da história as suas atrocidades. Isto só pode
ser feito aproximando a política do cidadão. E nesse ponto os
primeiros a dar o passo terão de ser os próprios partidos
políticos. Estes devem abrir as suas portas ao cidadão e cidadã
comum, incentivando ao exercício político todo/a aquele/a que assim
o desejar. Mas esse convite terá de ser genuíno e não uma forma de
propaganda. Ouvir as pessoas e conquistar as boas ideias para os
programas políticos, realizar primárias abertas para escolha e
ordenação das listas a eleições ou abrir a maioria das reuniões
políticas à população, são alguns simples exemplos, todos eles
vertidos na candidatura cidadã LIVRE / TEMPO DE AVANÇAR.
Apesar da simplicidade das propostas, isto não
significa que sejam fáceis. Implicam trabalho e seriedade. Implicam
um compromisso de integridade. Mas são, sem dúvida, essenciais se
pretendermos reverter a tendência actual, devolver credibilidade ao
processo político e salvaguardar a nossa vivência democrática.
Cabe às forças políticas demonstrar que nem
todos são iguais. É Tempo de dar o exemplo...
Montijo,
11 de Maio de 2015
Miguel
Dias