quinta-feira, 18 de junho de 2015

Apresentação ao eleitorado das primárias LIVRE / TEMPO DE AVANÇAR

Camaradas,
Não sei se conhecem o Casimiro. Aquele personagem do imaginário de Sérgio Godinho. Que é tudo menos burro, que sabe que ser honesto não é só ser bem-falante e que tem muito cuidado com as imitações. Uma pessoa autêntica. Alguém que personifica as qualidades deste povo honesto e trabalhador. Assim é Portugal. Não preguiçoso e vigarista como o tentam pintar pela Europa fora e em grande medida dentro das nossas fronteiras.
Essa doentia perseguição, levada a cabo durante os últimos 4 anos, parece agora levar uma reviravolta. Num golpe de asa tão comum entre os políticos do nosso burgo, a PàF, que só faltou distribuir estalada pela população, acarinha-nos de forma hipócrita e promete-nos a terra e o céu, continuando curiosamente a pretender aplicar a mesma austeridade que nos levou a todos numa viagem ao inferno. Esperemos que a estação terminal seja já neste Outono. Nunca é demais dizer que a austeridade mata. E eu, politicamente, afirmo-me peremptoriamente contra a morte.
É urgente trazer pessoas à política que digam aquilo em que acreditam, que se mantenham firmes nas suas propostas, que pugnem por cumprir o programa pelo qual foram eleitas. Enfim, que transmitam a dose de honestidade que tem faltado à Assembleia da República (salvo honrosas excepções).
É igualmente urgente lutar pela convergência à Esquerda. Perceber que só assim conseguiremos uma união nacional contra a austeridade, com peso suficiente para travar o combate que se avizinha dificílimo no quadro da União Europeia. A renegociação da dívida com os credores, não será nenhum passeio no parque. Atente-se o exemplo da Grécia.
O LIVRE/TEMPO DE AVANÇAR é um movimento que se abriu à cidadania. Que cortou com a tradicional exclusividade da escolha das listas dos círculos eleitorais pelos órgãos centrais partidários e que fez com que inúmeros cidadãos anónimos, entre os quais me incluo, possam apresentar a sua candidatura a candidato a deputado. Esperemos pois que da sociedade emerja a qualidade essencial à escolha, mas também a transparência, seriedade e integridade tão necessárias à política nacional.
Sejamos então um partido de Casimiros e Casimiras. Um movimento de pessoas autênticas. Aqui, não se aceitam imitações!
Montijo, 18 de Junho de 2015
Miguel Dias


Podem consultar a minha apresentação de candidatura, site ou blogue, respectivamente:

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Sim, é possível fazer diferente!

Certamente que existem muitos argumentos pró e contra as Primárias Abertas. Sou sensível e compreendo os motivos que alimentam ambos os lados da barricada. No entanto, não devemos fechar os olhos à actual crise politico-partidária e ao afastamento da população do processo de decisão democrática. Dizemos que vivemos numa Democracia representativa, mas na realidade esta representa cada vez menos pessoas…
Claro que as Primárias Abertas não serão o elixir da eterna juventude da Democracia. Mas é um passo. E um passo fracturante relativamente ao que temos na lógica partidária vigente. Até ao momento todos os partidos políticos funcionam como democracias musculadas dentro da Democracia. Com a arrogância centralista de quem tudo sabe, ditam as suas listas de “assentos” na Assembleia da República por cada círculo eleitoral, seus nomes e ordenação. Evidente que existem processos de discussão interna a nível regional sobre determinada personalidade e seu lugar na lista, mas o eleitorado não é tido nem achado neste processo.
O que as Primárias Abertas fazem é quebrar a barreira dos ditames partidários. É possibilitar que todos e todas que se revejam nos princípios de determinado espectro partidário e julguem poder contribuir para a discussão política, possam submeter a sua candidatura a candidato/a a deputado/a. Ao mesmo tempo, o eleitorado que se inscreva para tal pode escolher a candidatura ou as candidaturas que julgue mais competentes.
É isto, somente isto, que a candidatura LIVRE / TEMPO DE AVANÇAR promove com o seu processo de Primárias Abertas. Pela primeira vez nas legislativas não serão os interesses, carreirismo ou cargo ocupado que ditarão a colocação e ordenação nas listas de determinada personalidade. Todas e todos partirão em igualdade de circunstâncias, havendo uma legitimação democrática na posição que ocuparão na lista de cada círculo eleitoral. E todos poderemos dizer que estivemos presentes na primeira festa das Primárias Abertas, um dos meios para democratizar a democracia interna dos partidos políticos abrindo-os à população.
Em início de festa agrada constatar que as coisas começaram bem. Estão registadas mais de 400 candidaturas, estando já salvaguardado o princípio da paridade de género que se julgou essencial para tornar a discussão política o mais abrangente possível. Estou confiante que este processo trará novos actores e actrizes ao panorama cinzentão da política nacional. Pessoas válidas e com conhecimento que esperavam apenas uma oportunidade para mostrarem o seu valor. Vamos agora entrar numa fase em que as candidaturas se darão a conhecer através das iniciativas que se realizarão nos diversos círculos eleitorais. Possivelmente, se tudo continuar a correr bem e se tivermos, no mínimo, a visibilidade nos meios de comunicação social exigível, deixaremos de ser o segredo mais bem guardado da democracia nacional. E vamos poder afirmar bem alto que: Sim! É possível fazer diferente! Aí vamos correr o risco de passar a ser entendidos. Mas a isso me dedicarei numa próxima crónica.
Montijo, 29 de Maio de 2015
Miguel Dias
Subscritor da candidatura cidadã LIVRE / TEMPO DE AVANÇAR
http://tempodeavancar.net/?page_id=10892