domingo, 19 de abril de 2015

De peito aberto

Se há algo que sempre me atraiu no LIVRE, para além dos seus pilares e princípios, é a sinceridade, abertura e honestidade com que se faz o debate político. Isso é algo inestimável. Enfrento a política como todas as outras facetas da minha vida – de peito aberto. Pronto a ouvir todos os contributos, concordando ou contrapondo, mas na firme convicção que tudo se faz sem alçapões. Um diálogo franco e profícuo baseado no respeito mútuo e no acreditar. Só assim podemos construir algo novo no panorama político. Um movimento partidário transparente e plural, mas onde a confiança entre membros terá de ser condição indispensável para que tudo flua da melhor maneira.
A alternativa a este caminho foi o que nos conduziu ao actual estado de coisas. A desconfiança  que produz estruturas partidárias rígidas e intolerantes e uma falta de diálogo que forma feudos e perpetua sectarismos...
Chegados a este ponto, não podemos de forma alguma deixar-nos cair no mesmo erro. Temos de continuar a construir um partido democrático e plural, sempre no respeito pela opinião alheia, afirmando também aí a nossa diferença. Se nos quedarmos pelas meias palavras e pelas aparências corremos o risco de contrariar tudo o que temos vindo a defender.
Isso é especialmente importante na relação externa. Ninguém disse que a convergência ia ser fácil. É necessário fomentar um relacionamento saudável entre todas as partes, com a certeza de que a união que se pretende apenas se pode edificar com base na sinceridade. Lembremos-nos que falhar não é uma opção. Somos uma espécie de cobaias para entendimentos à esquerda. Este teste é fulcral para perceber se há ou não futuro numa união progressista que marque a agenda política nacional. O sucesso desta empresa pode abrir portas a que outras forças se juntem a este movimento. Aí será possível fazer muito mais do que imaginamos.
Por outro lado, todos estávamos avisados para os perigos que encerrava a abertura total de um projecto político. No quadro actual de descontentamento com os partidos em particular e os políticos em geral, ficamos sujeitos a que os ditos cidadãos independentes que vão aparecendo extremem o seu discurso e tentem tomar de assalto o LIVRE / TEMPO DE AVANÇAR. No fundo é uma espécie novo sectarismo popular, onde não há espaço para os filiados nos diversos movimentos que constituem esta candidatura. Temos de estar particularmente atentos a este tipo de acção, que promove a discriminação entre subscritores. O preceito é de que todos estamos em pé de igualdade e isso tem de incluir os alinhados com determinada força e os independentes.
Mesmo com todas as condicionantes, não quero perder o meu modo ingénuo de fazer política. Continuarei o meu percurso de peito aberto e penso que esse é o caminho a seguir. Na esperança que esta forma de estar na política influencie primeiro os que estão connosco e depois os demais. E que se construam as pontes para realizarmos utopias.

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