terça-feira, 15 de outubro de 2013

O Reino do Montijo

(Na altura das Eleições Autárquicas, no Concelho do Montijo, escrevi assim:)

No Reino do Montijo existe uma edilidade que em 3 anos e 48 semanas nada fez em prol do Município.
No Reino do Montijo assiste-se nas últimas 3 semanas a uma multiplicação de acções camarárias, num autêntico frenesim orgíaco pré-eleitoral.
Eles são votos de louvor a cidadãos montijenses que há muito o mereciam, declarações de património imaterial do município de festas populares, cedências de terrenos para sedes de motoclubes, jardins com relva cortada e regados (com água e tudo), reduções de IMI (em 0,05% - impressionante!), estradas remendadas, limpeza da via pública e tudo acompanhado com a tradicional pompa e circunstância a que já nos habituou esta governação PS. Não está em causa a justeza da maioria destas medidas, apenas a sua calendarização.
Tudo isto se passa pela mão da Rainha Maria Amélia Antunes, que em governações sucessivas (o PS está no poder camarário vai para 16 anos) apenas conseguiu que este concelho definha-se, perdendo a sua influência na região e a sua própria identidade. Sob o signo de uma nova ponte sobre o Rio Tejo, que obrigatoriamente criaria uma evolução natural do concelho, o desenvolvimento sustentável foi sacrificado por um novo paradigma de urbanização desenfreada, que mais não fez que criar bairros fantasmas, facilitando e incrementando o abandono e degradação do Centro Histórico da Cidade.
Através de uma rápida visita aos concelhos limítrofes do Montijo, podemos ver a distância que nos separa dos mesmos, naturalmente pela incúria do executivo camarário. Dizer que não há dinheiro não chega! Nem tampouco será verdade insofismável, dado que os licenciamentos e impostos camarários que jorram desde abertura da Ponte Vasco da Gama, bem aplicados, dariam com certeza para mais e melhor Montijo...
Mas o povo é soberano e o Montijo, apesar da abstenção ultrapassar os 50%, tem dado sistemáticos votos de confiança a Maria Amélia Antunes, cegados certamente por uma propaganda barata e vergonhosa e por obras pré-eleitorais que subvertem os princípios democráticos. As pessoas só se lembram do imediato e não têm vontade de buscar no baú da memória a degradação a que esta Presidente de Câmara devotou o concelho.
No Reino do Montijo umas quantas classes nobres são favorecidas, enquanto a plebe, o comum dos cidadãos, se vê cada vez com menos. O concelho tem agora, sem dúvida, mais asfalto e mais betão... Mas tem também cada vez menos saúde, transportes e educação. Os casos são sobejamente conhecidos e falam por si. É a auto-intitulada capital da flor, com palmeiras a morrer...
Neste reinado que já vai longo, a Monarca Montijense Maria Amélia Antunes na última reunião pública deste executivo camarário, realizada na passada quarta-feira dia 18 de Setembro, afirmou do alto da sua arrogância política, que “...escusa de vir com a provocação das eleições, porque eu vou ser eleita para a Assembleia Municipal. Só não serei eleita se morrer”, em resposta às acusações de aproveitamento eleitoral evidente, verbalizadas pelo Vereador da CDU Joaquim Batalha (Diário da Região, edição de 20 de Setembro de 2013). Que bom seria que todos os munícipes dessem uma lição de humildade a esta senhora e no próximo dia 29 de Setembro a fizessem engolir as suas palavras...

23 de Setembro de 2013 

Miguel Videira Cardoso Dias
Habitante no concelho do Montijo


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